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O ciclo é composto de 5 palestras pré-gravadas, com cerca de 50 minutos de duração cada

Cora Coralina (1889-1985) - a Aninha - foi mãe, ambientalista, sitiante, franciscana, militante pelos direitos humanos, cronista, poetisa consagrada e, acima de tudo, se intitulava como doceira. Tinha o trabalho como seu maior valor. Em suas palavras, era "uma abelha em seu artesanato, uma cigarra cantadeira e uma formiga diligente de um longo estio que se chama vida." Traz em sua biografia uma jornada de muita coragem, sendo alguém que "no tarde da vida vestida de cabelos brancos", após caminhar bastante, ouviu o chamado das pedras em busca de suas raízes, reencontrou a Aninha no porão de uma casa velha no interior de Goiás e, de mãos dadas com ela, se revelou ao mundo para ser semente.

Cecília Meireles (1901–1964) foi uma escritora,poeta, jornalista e professora . Considerada uma das mais importantes vozes da literatura nacional. Nasceu no Rio de Janeiro, perdeu os pais ainda na infância e foi criada pela avó materna. Publicou seu primeiro livro, Espectros, aos 18 anos. Sua obra transita entre o simbolismo, o modernismo e o lirismo intimista, destacando-se pela musicalidade e profundidade filosófica. Entre seus livros mais famosos estão Viagem (1939), que lhe rendeu o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras, Mar Absoluto (1945) e Romanceiro da Inconfidência (1953), no qual resgata a história da Inconfidência Mineira. Além da literatura, Cecília foi uma educadora comprometida com a renovação do ensino no Brasil. Como jornalista, atuou na defesa da educação e dos direitos infantis.

Carolina Maria de Jesus (1914 – 1977) Carolina Maria de Jesus foi uma escritora mineira nascida em 14 de março de 1914. Apesar de ter apenas dois anos de estudo formal, tornou-se escritora e ficou nacionalmente conhecida em 1960, com a publicação de seu livro Quarto de despejo: diário de uma favelada, no qual relatou o seu dia a dia na favela do Canindé, na cidade de São Paulo. Morreu em 13 de fevereiro de 1977. Hoje é considerada uma das mais importantes escritoras negras da literatura brasileira.

Lygia Fagundes Telles (1918 - 2022) Conhecida como "a dama da literatura brasileira", uma das mais notáveis escritoras brasileiras do século XX. Formada em Direito numa época em que as mulheres eram poucas e ridicularizadas por frequentar a universidade. Publicou seu primeiro livro de contos aos 20 anos e seguiu escrevendo artigos para jornais, romances e contos, abrindo espaços com coragem e elegância em meios antes restritos aos homens. Abordando, com escrita contundente, temas universais como o amor, a morte, a loucura e o medo. Sua vida pessoal foi marcada por romper tabus em busca de seus sonhos e desejos e pelas amizades fiéis que cultivou. Lygia viveu para ver sua obra ser reconhecida e premiada, adaptada para cinema e televisão. Foi membro da Academia Brasileira de Letras e a primeira mulher brasileira a ter sido indicada ao prêmio Nobel de Literatura.

Clarice Lispector (1920 - 1977), nascida Haia - que significa vida em hebraico -, enquanto sua família foge dos pogrons russos, teve seu nome registrado como Clarice em Maceió, foi criança no Recife, cidade que a fez brasileira e despontou como fenômeno literário no Rio de Janeiro onde floresceu como jornalista, escritora, feminista, mãe. Reconhecida pelo primeiro nome no circuito literário e pelas palavras que expressam o mais profundo da alma humana, formou-se em Direito, trabalhou como jornalista, percorreu diversos países como expatriada e datilografava seus textos com a máquina de escrever sobre seu colo, tendo os filhos ao seu redor. Escreve em um mês, aos 21 anos, o livro que representa um divisor de águas na literatura brasileira Perto do Coração Selvagem e que faz com que as palavras estrangeira e misteriosa sejam associadas a essa escritora brasileira, que, entre todas as funções e qualidades que lhe atribuíam, insistia em ser reconhecida como a mãe de Pedro e Paulo, seus filhos.
”Ë houve tudo o mais que não sei, e que é o caldo de cultura de qualquer história.” - Clarice Lispector