Santiago de Compostela e sua terra do fim do mundo
Galícia Mística 2026
“Nós não herdamos a Terra de nossos antepassados — tomamos emprestada de nossos filhos.”
GAlícia
Na extremidade ocidental da Europa, onde o continente se inclina em direção ao Atlântico como um gesto de oferenda ao cosmos, encontra-se a Galícia — uma terra marcada não apenas por sua geografia, mas por sua profunda biografia espiritual. Este território é portador de uma memória arquetípica que guarda em si as forças, da alma da Terra e dos mistérios da transição entre o visível e o invisível.
Ao pisarmos o solo da Galícia, não estamos apenas atravessando uma geografia — estamos entrando numa paisagem espiritual. Esta não é uma peregrinação pelo Caminho de Santiago. É um retorno à fonte: ao espírito que o inspirou, à terra que o gestou, e às forças ancestrais que o precedem há milênios.
Aqui, onde os celtas invocavam a Mãe Terra nos ciclos da lua e do trigo, onde as pedras guardam desenhos de outros tempos, onde o mar encontra o Sol no fim do mundo visível — pulsa um mistério. A Galícia não é apenas um lugar: é um ser, uma biografia viva da espiritualidade europeia ocidental, um encontro vivo entre a corrente Celta e o Cristianismo.
Santiago de Compostela
A jornada começa onde tantos caminhos terminam: Santiago de Compostela. Mas ao contrário do peregrino que chega ao seu destino, nós começamos no centro solar, no coração de uma terra que pulsa forças invisíveis. Aqui, onde se eleva a catedral construída sobre o campo das estrelas — o Campus Stellae — não viemos buscar uma chegada, mas um despertar.
Santiago será o nosso lugar de descanso de todas as noites para conhecermos os arredores.
Ficaremos 07 dias em Santiago , onde visitaremos:
O que faremos em Santiago e arredores?
O caminho todo foi desenhado para que tenhamos diariamente um conteúdo teórico e uma representação arquitetônica, artística ou experiência que nos faça compreender através dos sentidos o seu significado filosófico.
🌞 Dia 1 – Santiago de Compostela: Onde tudo começa
Começamos nossa jornada em Santiago de Compostela, ponto final para muitos, mas início para nós. Caminhar por suas ruas é entrar num tempo mais lento, onde cada pedra parece guardar uma história.
Visitamos o Pórtico da Glória, ouvimos a Missa do Peregrino e contemplamos a imponência da catedral. À tarde, escolhemos entre visitar o museu ou os telhados, cada um à sua maneira revelando algo desse lugar especial.
Santiago nos dá as boas-vindas, como quem acende uma luz no começo do caminho.
🌊 Dia 2 – Muxía e Finisterre: Entre a pedra e o mar
Saímos cedo rumo à costa atlântica, onde a terra encontra o oceano. Em Muxía, visitamos o Santuário da Virgem da Barca, construído sobre um antigo local de culto, onde o mar quebra sobre rochas que parecem contar segredos antigos. Um lugar de silêncio, vento e contemplação.
Seguimos para Finisterre, o “fim da terra”. Caminhamos até o farol, ponto simbólico de chegada e despedida. Aqui, há espaço para deixar algo para trás — um pensamento, uma intenção, um peso.
Entre marés e brumas, o dia termina com a sensação de termos tocado algo essencial.
🏛 Dia 3 – Noia e Castro de Baroña: Vozes antigas
Rumo ao sul, atravessamos vilas tradicionais até chegar a Noia, onde o passado parece mais próximo. Visitamos seu centro histórico e o Museu das Laudas Sepulcrais, com pedras gravadas que lembram os antigos habitantes e suas histórias.
À tarde, seguimos até o Castro de Baroña, um povoado celta à beira do mar. Ruínas silenciosas sobre rochas que resistem ao tempo. Ali, o contato com a terra e o oceano nos traz força e memória.
Um dia de escuta: do que foi, do que permanece.
💧 Dia 4 – A Lanzada, Cambados e A Pobra: Rituais e paisagens
Visitamos o Santuário de A Lanzada, conhecido por rituais ligados à fertilidade e à cura. Depois seguimos para Cambados, terra do vinho albariño, onde tempo e sabor se misturam.
No caminho, fazemos paradas em mirantes e vilarejos, apreciando a paisagem e ouvindo histórias locais, como a curiosa Festa das Mortajas, celebrada em A Pobra, onde vivos desfilam em caixões para agradecer por terem escapado da morte.
Um dia leve e cheio de cor, marcado por tradições que ainda vivem.
🪨 Dia 5 – Campo Lameiro: Desenhos na pedra
Nos dirigimos ao Parque Arqueológico de Campo Lameiro, onde as pedras falam por imagens. Os petroglifos pré-históricos desenhados ali revelam a forma como os antigos viam o mundo — cervos, espirais, caminhos.
É uma manhã de escuta e imaginação. De tarde, voltamos para Santiago e temos tempo livre. À noite, encerramos a jornada com uma ceia e o ritual da Queimada, tradição galega de proteção e despedida.
Um dia para fechar o ciclo com simplicidade e gratidão.
Metodologia do Trabalho
Nossa metodologia de trabalho é alicerçada em três pilares principais:
- Conteúdos teóricos e históricos sobre o tema nos guiam, mergulhamos na profundidade do conhecimento, onde as palavras e conceitos desvelam as linhas mestras da compreensão.
- A arte e suas múltiplas expressões, não é meramente ornamento, mas um portal para a compreensão profunda. Através das formas, das cores, dos sons e das danças, penetramos nos reinos do simbólico, do subconsciente, do arquétipo. Aquilo que não pode ser plenamente exprimido em palavras encontra na arte um canal para sua manifestação.
- As vivências trazem um caráter ao trabalho que não se limita somente a um mergulho contemplativo. Reconhecemos que o conhecimento adquire raízes mais profundas quando é vivenciado. Nos lançamos nas experiências que nos aproximam dos contextos que desejamos compreender. A imersão nas vivências de um povo, em suas tradições, rituais e modos de vida, nos proporciona uma ligação visceral com as complexidades e sutilezas que podem escapar à análise superficial.
Quando?
Setembro de 2026. 7 dias de imersão em Santiago de Compostela, Espanha.
Turma 1 - INSCRIÇÕES ABERTAS
De 06 a 12 de setembro de 2026
O que inclui?
Hospedagem em quarto duplo com café da manhã;
Deslocamento em todos os trajetos dentro do roteiro;
Tickets para todos os passeios;
Docência;
Material didático.
O que não inclui?
Deslocamento até Santiago de Compostela;
Almoço e Jantar;
Quem vai nos guiar?
Milene Mizuta
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