Quando me interessei por biografia humana há 12 anos atrás, não tinha referência da teoria para pós 63 anos, na formação como Aconselhadora Biográfica a vida pós 60 passou a me chamar atenção, mas não era meu foco e então chegaram muitas pessoas nessa faixa etária para que pudesse acompanhá-las em seus processos.
Culturalmente há um distanciamento social das pessoas mais velhas, mas ao iniciar estudos dos arquétipos das religiões de matriz africana analogamente à Antroposofia, me encantei pela postura perante "aos mais velhos" como detentores da sabedoria, o que me trouxe uma conexão com minha biografia na figura dos meus avós que viveram além dos 90 anos e então me dediquei aos arquétipos identificados a partir das minhas referências com os trazidos na metodologia biográfica para essa faixa etária.
E de repente me vi dedicada a compreender o fio condutor da biografia que traz a vida após os 63, a tão sonhada liberdade, onde em diferentes biografias é perceptível, a partir de relatos, de uma sensação de missão cumprida, mas uma vontade enorme de servir e de experimentar “coisas novas”, sejam atividades de música, dança, tocar instrumentos ou simplesmente trocar com gente mais nova sobre assuntos corriqueiros ou profundos para aliviar o fardo da vida.
Me encanta a beleza da biografia presente em histórias de vidas tão diversas e complexas, mas que são tocadas pela liberdade após os 60 anos.