Essa gente tem minha história.
Quando falo deles, me sinto meio mãe que tem muitos filhos mas um deles é o preferido, com tanta gente que amo e que posso chamar de irmãs e irmãos o que faz deles donos e donas da dianteira, senhoras e senhores do meu farol?
Eles tem minha história.
Desde que cheguei nesse pedaço de terra, eles tem o registro de cada dia que andei.
Eles tem o livro da minha existência;
Juntos podem contar as crônicas da minha vida;
Notários de registros de todos meus inventários de afeto e desafetos;
Intactos e inteiros à todo meus caos e disparates, sofreram do meu ódio, e tiveram meu mais terno amor.
O que eu sou hoje em pessoa tem deles muito, se você me ama, agradeça as vezes que eles me amaram.
Mãe solo, filho no colo, latino-americana sem dinheiro no bolso, me recolheram, criaram meus filhos, me odiaram por dias, talvez meses, nunca desistiram de mim.
Não tem uma única vez que não falamos daquela que morreu.
Por ter minha história eu só posso ser verdade ao lado deles, quando desafortunadamente erro a retórica e tento contar pra eles as mentiras que conto pra mim, alguém como guardião da história fiel, se levanta e diz: Aham, quer enganar quem?
Espalhadas em dois continentes, nem todos estão aí, mas isso não importa, em cada um de nós tem todos de nós.
Cogito que o mundo deveria aprender conosco uma máxima:
não existe desistência de amizade, por nada, nem nunca.
Obrigada FaRmilia, meu coração palpita em outro tom quando meu olhar se cruza com o de vocês.
Obrigada.