As palavras tiveram em minha vida um sentido de externar sentimentos e pensamentos através da poesia, desde a infância. Como seres vivos que bailam em diversos ritmos, mas sempre de mãos dadas ao que precisava externar.
Ao decidir trabalhar com biografia humana é como se diariamente a mesma palavra ganhasse significantes diversos e assim tem sido com o verbo Ressignificar, conheço pessoas que buscam entender de formas diferentes fatos de suas vidas e isso tem me ensinado muito. Mas principalmente sobre as pessoas que não buscam mudanças ou transformações.
Colocar-se em movimento dói, é mais cômodo ver os fatos do seu ponto de vista apenas, gosto da analogia das fotos e filmes, muitas vezes nos relacionamos com um fato como se fosse uma foto, algo estático que carrega uma verdade, mas quando olhamos um fato como um filme temos um contexto fatos que antecedem a cena e os que sucedem. Assim temos a possibilidade de dar novos nomes a sentimentos e pensamentos, mas você já reparou que todo novo segundo nos traz essa mesma possibilidade?
Diariamente vivemos situações que nos colocam em um lugar de revisitar conceitos, fatos, mas nem sempre nos damos essa oportunidade, quanto mais atribulada é a nossa rotina ou mais cheia de tarefas, menos nos conectamos consigo mesmas para processarmos o que nos chega de novo na vida. Encontramos tempo para tudo o que vem de fora, mas sempre falta tempo para olhar o que transborda de dentro, porque somos educadas a resolver as demandas e engolir o que precisa ser posto na mesa.
Esse movimento de olhar para si, de se priorizar nada tem a ver com a individualização, mas sim com a individuação, onde todo o movimento de expansão do Universo reflete na minha vida e eu reparo e me coloco em movimento para abandonar conceitos, sentimentos e pensamentos que não nos servem mais.
O Ressignificar é abri mão do que não serve mais por que individualmente evoluímos e por que o mundo evolui, na dúvida o melhor critério ainda é o amor, a começar pelo próprio.