FALSA SIMETRIA, Por Milene Mizuta

Conceito literal, duas coisas com tamanhos diferentes estão sendo medidas igualmente. É como se usássemos réguas do mesmo tamanho em lugares distintos de uma mesa e por elas terem o mesmo tamanho estão a mesma distância da beira da mesa.

Analogamente quando falamos de gênero, homens e mulheres estão em lugares diferentes, não estão equiparados, os direitos não são iguais, então toda e qualquer ação de um homem e uma mulher tem consequências diferentes. Outro exemplo, a beleza feminina e masculina tem pesos diferentes, a quantidade de procedimentos estéticos que as mulheres são submetidas são imensamente maiores, não por escolha livre, ou vaidade, mas pelo que chamamos de pressão estética, a qual não afeta homens, por que são belezas tratadas de forma diferente.

Enquanto tivermos o patriarcado como pano de fundo, como sistema vigente, os atos de um homem e de uma mulher serão diferentes. Se um homem gritar com uma mulher toda a carga que ela receberá será diferente se a situação for inversa, por que há um sistema que valida o homem gritar. Se uma mulher sofre uma violência ela sempre é questionada e tem que provar, já o homem nunca será desacreditado.

Esses dados vêm das ciências sociais, a partir da observação do comportamento humano, sejam sobre feminismo, classe ou raça, são conceitos acadêmicos, teóricos que fundamentam as ações dessa sociedade em que vivemos.

Um outro exemplo de falsa simetria é quando um pai bate na criança e alguém fala, mas a criança chutou, como se isso fosse suficiente para o adulto bater, mesmo que a criança não tenha maturidade e só reaja, pra algumas pessoas esse exemplo ainda não faz sentido.

Mas a mensagem é, se você “acha algo” sobre determinado assunto, converse com quem se dedica a estudá-lo para poder ter uma opinião que seja fundamentada em estudos para não praticar a falsa simetria.

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