MATERNIDADE, Por Milene Mizuta

Obrigada meus filhos, por criarem maneiras e formas, mesmo que ao custo da sanidades de vocês, de sobreviverem a mim.

Questionadora fiel dos axiomas, coube a vocês nascerem de um ventre que dúvida da verdade absoluta vendida sobre o ser mãe.

Tarefa árdua a de serem conduzidos por uma mão que erra e sabe, que mente e sabe, que não tem certezas, que dúvida de si.

Obrigada meus filhos por sobreviverem as minhas incansáveis buscas por ter meu espaço egoísta. Sobreviventes do meu egoísmo.

Esse não é o melhor que posso fazer, faria melhor, mas minhas crenças sobre liberdade não me permitem, isso que faço é o que dou conta de fazer, desculpe por dizer que nego o meu melhor em detrimento de mim mesma.

Meus filhos, eu digo que talvez não sobrevivesse com tanta dignidade a tamanho maremoto que sou eu, por isso meu olhar pra vocês é de incansável e indiscutível admiração, é uma graça constante olhar pra vocês e dar-me conta de tamanha envergadura de alma, tamanha coragem e acima de tudo tamanho amor que, apesar de tudo que sangra, ainda cura.

E se não bastasse, ainda digo que vocês são sem nenhuma dúvida, as criaturas que me fazem dobrar os joelhos, que domam meus instintos, que apaziguam minha dor.

Certamente sem a grandiosidade de vocês eu já teria sucumbido à esse mundo insano e teria me transformado em muito pouco.

Em mim é gravado o momento que vi pela primeira vez cada um de vocês, e me lembro como se fosse agora aquilo que brotou em mim:

“Finalmente, te reencontrei”

Que as Deusas abençoem a coragem de vocês de retornarem a esse mundo como meus filhos.

Obrigada por me fazerem mãe.

Para vocês me dobro, eternamente.

Obrigada, por me deixarem construir, mais errando do que acertando, o amor que posso dar.

WhatSsapp