Relacionar-se é o único propósito comum que temos quanto humanidade.
Não existe um porque se relacionar, a não ser o simples motivo de continuarmos a manter o ciclo de sobrevivência da humanidade.
Não estou falando somente de relacionamentos eróticos afetivos, estou falando de todas as relações que temos durante nossa vida.
Relacionar-se não é um objetivo, relacionar-se é o processo que nos leva a continuidade da vida.
É uma tarefa relativa a evolução da espécie humana, é um processo evolutivo, que executado por pessoas que ainda estão em construção, todas nós, pressupõe mudanças.
Não existe fórmula, não esta pronto, não tem parâmetros, não tem verdades, nem certo ou errado.
Relacionar-se é um processo livre, ou deveria ser.
E como processo evolutivo deixa claro que o que evolui não é somente a forma como nos relacionamos, se não, nós que construimos os processos.
Relacionar-se é a escola de iniciação moderna, é a escola de evolução pessoal do ser humano antigo ao contemporâneo.
O que causa terror é que ela é uma religião individual, onde cada um nós é seu próprio Deus e tem o poder e a responsabilidade de lidar com as consequências das escolhas livres que fazemos.
Relacionar-se é o lugar onde você é criatura e criador, onde você é santo e devoto, orixá e filho, Buda e discípulo, na relação você é a totalidade de si mesma expressa em ações no mundo.
Não é fácil se relacionar, porque no momento que você é margem que contém e rio que invade, você é inteiro e a inteireza ainda é um lugar onde não queremos estar, porque dela advém nosso maior medo:
Amar a verdade daquilo que somos, e só assim sermos capazes de amar a verdade do que o outro é.
Amar a verdade, é o que retira da verdade o poder e entrega o poder ao amor.
E quando o amor tem poder, nós nos rendemos e nos tornamos somente aquilo que somos, imperfeitos.